quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Tornando-se acessível - Um bom exemplo

Antes do post de hoje, um parêntese, como podem ver, foi frustrada a minha tentativa de cobertura dia-a-dia do Pan aqui. Entre provas,trabalhos e muita leitura acabei falando sobre isso nas redes sociais mesmo, que é mais rápido. Enfim, vamos em frente que isso já é coisa (muito) velha.

Quem me acompanha virtual e pessoalmente sabe que, nesse mundão sem porteira que é a internet, eu pouco falo da minha condição física. Mas recebi um e-mail com um link de matéria públicada pela Folha que dizia que Uberlândia (MG) é uma cidade mundialmente reconhecida como uma das mais acessíveis para deficientes. (Você pode ler um pouco dela aqui) É bom ver um bom exemplo nacional, já que somos acostumados a meter o pau nas nossas estruturas.

Mesmo pessoalmente, não grito minhas revoltas a torto e a direito, não nutro raivinha das pessoas "normais" simplesmente por não terem problema físico aparente. Sou criticada por não fazer parte de nenhuma organização que ajude/lute pelas pessoas com deficiência. Já me colocaram rótulo de passiva, conformada e distante.

Ok. Agora pare e leia. Eu não sou nada disso, acredite. Não significa que por eu não andar por aí com um megafone, ou me trancar no quarto até que "o mundo esteja preparado para mim" eu seja passiva. Se fosse eu não teria uma cadeira elétrica, uma não elétrica e muletas para me auxiliarem nos diferentes desafios que encontro e ainda moraria na casa dos meus pais,que fica a mais ou menoos 280 km de onde moro atualmente. É claro que eu me irrito, e, algumas vezes, quero até trocar de corpo. Mas isso passa, passa porque me recuso a deixar de viver, mesmo em condições adversas, não vou esperar que me "curem" ou que o mundo esteja perfeito. A vida é muito dura, mas eu sou forte.
 Não participo de nenhum projeto, porque se for pra me dedicar, eu vou me dedicar MESMO e por enquanto minha vida corrida não permitiu. (mas eu conheço alguns legais, quem quiser participar indico)

Ao invés de entrar em guerra, procuro entender que a acessibilidade e consciência humana não caem do céu, mas que devagar as coisas e pessoas mudam (ora, a lei existe a 10 anos, o que é um tempo pequeno, para mudanças tão estruturais). Enquanto isso, eu tento ter voz, deixar que os estereótipos caiam por terra, para quem convive comigo.
Não quero que ninguém saia daqui achando que eu sou uma espécie de super herói. Por favor, vamos achar um meio termo, tá? Eu tenho um monte de defeitos não físicos também. E, sem falsa modéstia, qualidades se fazem presentes. De perto, ninguém é normal, pode ser que ele tenha mal hálito, ela unha encravada e outro seja um super chato. Fazer o quê?

É como diz a música:
" Minha força não é bruta,
Não sou freira, nem sou puta"

Um comentário:

  1. Não conhecia suas habilidades tão livres das notas!!!! Mas conheço e RÉ-conheço suas habilidades diante da vida !!! Claro que na época uma menina!!!!!! Mas... E acredito, como vc que a resistência e a ação são multifacetadas!!!! Heroína não é, até por que é um papel que não busca, mas guerreira isso tenho certeza!!!! Agradeço sua expressão de vida e sua escolha pela vida!!!!!! Pra mim é um belo exemplo!!!!!!!! Guardo pessoas no meu coração...como pérolas e mesmo que nunca mais as veja, elas permanecem como Vida na vida!!!! Vc e sua mãe, são duas delas!!!! Beijossss e seja feliz!!!! Mto!!!! Sou sua fã!!!!!

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